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O Sul do Brasil enfrenta a formação de um ciclone extratropical considerado atípico e potencialmente o mais intenso desde o furacão Katrina, em 2005. O sistema atua entre esta segunda-feira (8) e quarta-feira (10) e, segundo a MetSul Meteorologia, apresenta uma pressão atmosférica que pode atingir 985 hPa — índice extremamente baixo e raro, capaz de gerar tempestades severas, chuva intensa, granizo e rajadas de vento que podem passar dos 100 km/h. A possibilidade de tornados também não está descartada.
O meteorologista Luiz F. Nachtigall, da MetSul, reforça que a combinação entre o calor extremo — com temperaturas próximas dos 40°C — e o ciclone forma um cenário “explosivo” e de “altíssimo risco”, com potencial de afetar não apenas o Rio Grande do Sul, mas também estados do Sudeste e Centro-Oeste. Segundo ele, o ciclone possui um centro de baixa pressão “extremamente profundo, que não estamos acostumados a ver”, intensificando o risco de tempo severo em diversos pontos do país.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Defesa Civil de Santa Catarina emitiram avisos especiais alertando para riscos moderados a altos já nesta segunda-feira (8), como alagamentos, enxurradas, destelhamentos, queda de galhos e danos à rede elétrica em regiões como Grande Oeste, Planaltos, Alto Vale do Itajaí e Litoral Sul. Para terça-feira (9), com a intensificação do sistema, o risco passa a ser de grande perigo em praticamente todo o estado, principalmente na faixa litoral. Volumes elevados de chuva em curto intervalo podem provocar deslizamentos, especialmente na Grande Florianópolis e no Litoral Sul.
A MetSul destaca ainda que a formação tão próxima da costa e o deslocamento lento do ciclone aumentam os impactos e prolongam os efeitos do fenômeno sobre o Sul do Brasil. Por se tratar de um evento raro no início do período mais quente do ano, as autoridades recomendam atenção redobrada, monitoramento constante e cuidados especiais em áreas de encosta, taludes e locais mapeados como suscetíveis a deslizamentos.