Julgamento com grande repercussão ocorre nesta quarta em Papanduva com acesso restrito ao público
Tribunal do Júri ocorrerá nesta quarta-feira, na Câmara de Vereadores, com acesso restrito ao público
Papanduva, será palco de uma sessão do Tribunal do Júri nesta quarta-feira, 7 de maio, com destaque regional devido à gravidade dos crimes em julgamento. Três réus serão submetidos ao júri por crimes cometidos na madrugada de 16 de dezembro de 2023, na localidade de Rio Engano, zona rural do município. Eles respondem por sequestro, estupro, tentativa de homicídio duplamente qualificado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O processo, que envolve cinco vítimas, tramita em segredo de Justiça.
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A sessão está marcada para iniciar às 9h no plenário da Câmara de Vereadores de Papanduva, sem horário previsto para o encerramento. A condução será feita pelo juízo da Vara Única da comarca, com atuação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e das defesas dos acusados.
Por se tratar de um caso de alta complexidade e visando à segurança dos envolvidos, o acesso ao plenário será restrito. Apenas cinco familiares dos réus e cinco das vítimas, previamente identificados, poderão acompanhar o julgamento presencialmente.
Está proibida qualquer manifestação do público durante a sessão, conforme determina o artigo 795 do Código de Processo Penal. Também não será permitido o uso de celulares ou dispositivos eletrônicos com função de gravação, mesmo de forma silenciosa. O contato com os jurados — que permanecem incomunicáveis durante todo o julgamento — e com o réu custodiado será permitido somente a autoridades autorizadas.
Relembre o caso
O crime que será julgado nesta quarta-feira chocou a população de Papanduva e teve desdobramentos internacionais. No dia 16 de dezembro de 2023, quatro pessoas foram sequestradas, resultando na morte de uma delas — Cristiano Maguirovski, 34 anos, que foi empalado com uma estaca de madeira e teve o corpo jogado no rio.
Os três autores do crime — Junior Maciel Gralick (33), Gabriel Novaki Dombroski (24) e Valdeni Martins da Silva (34) — fugiram após o crime e foram capturados pela Polícia Nacional do Paraguai em Saltos del Guairá, no dia 20 de dezembro. Eles estavam em um veículo adulterado e ingressaram ilegalmente no país vizinho, o que motivou sua detenção. Posteriormente, foram entregues às autoridades brasileiras e devem ser transferidos ao Presídio Regional de Mafra.
Antes de fugir ao Paraguai, o trio passou por Imbituba (SC), onde se hospedaram em um hotel com as roupas ainda sujas de sangue. Na cidade, trocaram uma caminhonete Hilux — usada no crime — por um GM Cruze. A Hilux foi localizada e periciada pela Polícia Científica, que encontrou vestígios de sangue humano.
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Segundo o delegado regional de Mafra, Cassiano Tiburski, o crime teria sido motivado por ameaças que um dos autores vinha sofrendo por parte de um homem — que se tornou uma das vítimas do sequestro. A mulher desse homem foi violentada durante o cativeiro, com relatos de abuso físico e sexual. O delegado esclareceu que não há relação entre os autores do crime e os estupros de crianças atribuídos a Cristiano em 2014, embora a morte tenha ocorrido com crueldade semelhante.
Os três autores, segundo investigação, planejaram os sequestros com o intuito de vingança e justiça com as próprias mãos, alegando envolvimento das vítimas em crimes como furto de motos e ameaças. A operação que levou à prisão contou com o apoio de forças policiais do Brasil e do Paraguai, além de intensa investigação das delegacias de Papanduva, Mafra, Imbituba e outras cidades da região.