Operação Mensageiro: ex-agentes políticos são condenados por organização criminosa e corrupção
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Três ex-integrantes da administração municipal de Lages e outras seis pessoas ligadas ao eixo empresarial foram condenadas pelo crime de corrupção
Na recente reviravolta da Operação Mensageiro, três ex-agentes políticos, um deles com prerrogativa de foro, foram condenados por fazer parte de uma organização criminosa e por corrupção passiva. As penas? Nove anos e oito meses para um deles e 24 anos e um mês para os outros dois. Além disso, mais seis pessoas ligadas ao setor empresarial do esquema também foram condenadas por corrupção ativa, com penas variando de sete anos e 10 meses a 12 anos e sete meses de prisão.
O julgamento, que aconteceu na quinta-feira, 27, trouxe à tona as palavras do procurador-geral de Justiça em exercício do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Durval da Silva Amorim. Ele destacou que o grupo empresarial, que operava serviços de iluminação pública em Lages, criou um verdadeiro modelo de corrupção sistêmica. Os sócios e funcionários da empresa – o núcleo empresarial da organização criminosa – corrompiam agentes públicos, enquanto os três membros do eixo político recebiam propinas regulares para favorecer a empresa.
Amorim ainda revelou que esses políticos negociaram vantagens indevidas em troca de proteção aos interesses privados do núcleo empresarial, tanto em contratos já existentes quanto em futuras contratações. Segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e do Grupo Especial Anticorrupção (Geac) do MPSC, o núcleo político teria embolsado cerca de R$ 2 milhões em propinas.
O Ministério Público aponta que, durante todo o tempo em que os crimes ocorreram, um dos integrantes do núcleo político exerceu controle sobre os demais, utilizando sua posição e influência para orquestrar uma série de atos que beneficiavam a administração pública de forma ilícita. “Em suma, a corrupção transformou a linha entre o público e o privado em uma névoa indistinta, onde os funcionários públicos deixaram de agir em prol da coletividade e passaram a buscar enriquecimento pessoal”, concluiu Amorim.
A OPERAÇÃO MENSAGEIRO
A Operação Mensageiro, a maior ação contra a corrupção já realizada em Santa Catarina, completou dois anos em dezembro de 2024. A investigação começou em dezembro de 2022 e envolveu o trabalho conjunto do Geac e do Gaeco, a partir de indícios que revelaram um esquema de corrupção envolvendo prefeitos municipais e outros agentes públicos em associação com uma organização criminosa que atuava no setor de coleta e destinação de lixo.
Os indícios que deram início a esta apuração foram expostos em 2021, durante outra operação que desmantelou um esquema de corrupção no Planalto Norte. Um dos prefeitos investigados colaborou com a justiça, confessando os crimes e revelando fraudes em licitações e recebimento de propinas.
Até agora, a Operação Mensageiro já levou à prisão preventiva de 42 pessoas, incluindo 17 prefeitos em exercício, e foi responsável pela execução de 280 mandados de busca e apreensão. No total, 66 pessoas estão sendo processadas por 2.894 crimes em 23 ações penais. Dentre os casos já julgados, mais 19 réus foram condenados a penas que somam mais de 846 anos de prisão. Entre eles, estão 14 membros do núcleo empresarial e agentes políticos de várias cidades.
A força-tarefa da Procuradoria-Geral de Justiça, que inclui promotores dedicados exclusivamente ao caso, está ativamente acompanhando as ações penais e investigando outros crimes relacionados a esse esquema em diversos municípios de Santa Catarina, além de estados vizinhos, incluindo casos de gestões passadas.
As investigações continuam, desvendando um emaranhado de corrupção que vai muito além do que se imaginava.
Fonte: Jmais
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