Presidenciáveis gastam quase R$ 120 milhões com programas de rádio e TV, redes sociais e pesquisas
Os quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto somam R$ 119.805.342,32 de gastos, até o momento,
na campanha eleitoral para as eleições 2022. A concentração das despesas está, na maior parte, na produção de programas de rádio,
televisão ou vídeo, em impulsionamento de conteúdos, no pedido de pesquisas eleitorais, além da contratação de serviços prestados por
terceiros. Por outro lado, os candidatos à Presidência da República têm, juntos, R$ 180.101.653,47 de receitas, oriundas, principalmente,
de doação de partidos e de pessoas físicas. Os dados e as informações são da plataforma “Divulgação de Candidaturas e Contas
Eleitorais”, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a qual apresenta informações detalhadas sobre todos os candidatos que pediram registro
à Justiça Eleitoral e sobre as suas contas eleitorais e as dos partidos políticos. Confira abaixo as despesas e receitas dos presidenciáveis.
O líder de gastos na campanha eleitoral é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dados do TSE apontam que o petista teve R$
51.152.170,37 de despesas faltando menos de 20 dias para as eleições. O principal gasto de Lula foi na produção de programas de rádio,
televisão ou vídeo, na qual investiu R$ 25.921.000, ou seja, 50,67% do valor total. Outras principais despesas na candidatura do ex-
presidente foram: 22 pedidos de serviços prestados por terceiros, que tiveram investimento de R$ 5.757.617,12 (11,26%); 77 publicidades
por materiais impressos, com despesa de R$ 3.456.397,15 (6,76%); 96 publicidades por adesivos, que custaram R$ 3.352.453 (6,55%)
aos cofres da campanha do petista; e três serviços advocatícios, no valor de R$ 2,9 milhões. Sobre a receita de Lula, a plataforma indica
que é de R$ 89.853.770,21. O dinheiro é referente a R$ 248.767,53 de doação de pessoas físicas, que representa 0,28%, e R$
89.143.207,18 de doação de partidos, que significa 99,21%. O principal doador da campanha de Lula é o empresário palestino Shawqi
Hilal Mohd Naser, que deu R$ 100 mil.
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A segunda posição com maior gasto durante a campanha eleitoral é ocupada pela candidata Simone Tebet (MDB). Ao todo, foram
investidos R$v32.960.472,40. Entre as principais despesas estão 11 serviços prestados por terceiros, que custaram R$ 17.748.200
(53,85% do valor total de gastos); 402 publicidades por materiais impressos, as quais foram cobradas R$ 3.399.950 (10,32%); seis
despesas com impulsionamento de conteúdos, que tiveram investimento de R$ 2.780.000 (8,43%); uma pesquisa eleitoral por R$
2.044.000 (6,20%); e duas produções de programas de rádio, televisão ou vídeo, no valor de R$ 1.540.000 (4,67%). Em contrapartida, a
emedebista tem R$ 36,7 milhões em receita, sendo R$ 200 mil de doação de pessoas físicas e R$ 36,5 milhões de doações feitas por
partidos. O ex-governador do Ceará e senador Tasso Jereissati (PSDB) foi quem mais doou (R$ 200 mil) para a campanha de Simone
Tebet.
O candidato pelo PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, segue a lista, tendo, até o momento, R$ 20.518.628,43 em despesas.
Entre os principais gastos estão cinco produções de programas de rádio, televisão ou vídeo, que custaram à campanha R$ 8.450.350
(41,18%); 83 publicidades por materiais impressos, no valor de R$ 5.968.389,31 (29,09%); seis despesas com transporte ou
deslocamento, por R$ 1.374.448,47 (6,70%); 13 despesas com impulsionamento de conteúdos, as quais foram investidos R$
1.260.286,37 (6,14%); e nove serviços prestados por terceiros, somados em R$ 604.784,46 (2,95%). De acordo com o TCE, Ciro Gomes
tem R$ 26.074.869,81 de receita. O valor conta com R$ 6.262,12 de doações de pessoas físicas e R$ 26 milhões de doação de partidos.
A maior doação de pessoa física ao candidato do PDT foi de R$ 4 mil, feita pelo engenheiro e empresário do ramo imobiliário no Ceará
Fernando Oliveira Bezerra.
Já o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) registra R$ 15.174.071,12 de despesa. Dentre elas estão 13 serviços
prestados por terceiros, que custaram R$ 6.627.334 (43,68%); duas produções de programas de rádio, televisão ou vídeo, no valor de R$
5.800.000 (38,22%); duas pesquisas eleitorais, que saíram por R$ 2,2 milhões; além de sete despesas com impulsionamento de
conteúdos, somados em R$ 538 mil. A receita do presidente é de R$ 27.473.013,45, sendo R$ 10.737.533,43 de doações de pessoas
físicas e R$ 16.735.480,02 referente a partidos. Ao contrário das demais campanhas, a de Bolsonaro tem forte colaboração de pessoas
físicas — foi a que mais recebeu doação deste tipo. O maior doador foi o ruralista Oscar Luiz Cervi. Somente ele doou R$ 1 milhão. Na
sequência vem Odilio Balbinotti Filho, que destinou R$ 600 mil a campanha de Bolsonaro. O ex-piloto Nelson Piquet doou R$ 501 mil.