Reunião faz parte da estratégia de Bolsonaro para levantar suspeitas sobre sistema eleitoral para contestar resultado das urnas em caso de derrota. Chanceler brasileiro minimiza e chama evento de “briefing de segurança”.O presidente Jair Bolsonaro (PL) montou um briefing (conjunto de informações a ser apresentado em uma reunião) para apresentar nesta segunda-feira (18) a embaixadores, em Brasília, a respeito das urnas eletrônicas. A reunião é parte da estratégia de Bolsonaro de levantar suspeitas sobre o sistema eletrônico eleitoral – para, numa eventual derrota, contestar o resultado das urnas.Oficialmente, Bolsonaro disse na live da semana passada que convidaria os embaixadores para falar “como é o sistema eleitoral brasileiro”. “Será um PowerPoint mostrando tudo o que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado, bem como essas participações dos nossos ministros do TSE, que são do Supremo, sobre o sistema eleitoral”, disse.Por ‘dever de imparcialidade’, Fachin recusa convite de Bolsonaro para reunião com embaixadores
O blog procurou o ministro das Relações Exteriores. Carlos França disse que o presidente “está no direito de se manifestar” e que ele tem um “estilo muito direto”. “E ele achou que era o caso de fazer um briefing sobre segurança para os embaixadores”.Perguntado se a reunião não traria mais prejuízos à imagem do Brasil, França diz que sistemas eletrônicos em diferentes áreas – como bancos – sofrem ataques e que acredita que a ideia do presidente é discutir o aperfeiçoamento das urnas.Mas não é disso que se trata. O presidente Bolsonaro tem preparado o terreno ao levantar dúvidas sobre o sistema eletrônico para que, caso haja uma derrota, ele possa repetir o script de Trump – ao questionar o resultado das urnas.França disse que o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, também deve participar do encontro. O militar foi chamado para integrar o comitê do TSE sobre fiscalização das eleições. O blog procurou a assessoria da Defesa, que confirmou a presença do ministro no evento.França também relatou que conversou com ministro Edson Fachin, atual presidente do TSE, sobre observadores internacionais nas eleições. Que não se opõe a organismos nos quais o Brasil tem cadeira, mas que se sente “desconfortável” com órgãos como a União Europeia – e que deixou isso claro em manifestações do Itamaraty.Fonte: G1